DEPENDENTE QUÍMICO DEVE SER COMPREENDIDO, MAS NÃO TRATADO COMO ‘COITADINHO’

A auto-piedade, sentimentos de pena e de culpa atrapalham o tratamento de um dependente químico, comprometendo as chances de sucesso nas tentativas de livrá-lo do vício.

Segundo o psicólogo Dionísio Banazsewski, que trabalha a questão há mais de vinte anos, é comum pais e companheiros de dependentes desenvolverem um comportamento nocivo por não fazerem uma “aliança profunda” de comprometimento com o tratamento e acompanhamento do dependente.

Muitas famílias, penalizadas com o dependente, tomam a atitude de interromper o tratamento, acreditando, já nos primeiros sintomas de recuperação, que o usuário está totalmente livre das drogas. “Mas a dependência química é uma doença grave e incurável, porque a recaída é sempre um risco eminente”, alerta o psicólogo.

O especialista lembra que é importante reconhecer a dependência química como doença, mas a sociedade não pode “jogar tudo numa vala comum” e olhar da mesma forma todos os dependentes e usuários de drogas. “As pessoas não podem simplesmente se penalizar com a situação do usuário ou dependente, mas fazer com que ele também assuma o compromisso e a responsabilidade pela sua cura".

Há muitos casos em que a família, desesperada com a situação do doente, deixa de buscar os recursos mais adequados para o tratamento. “Muitas famílias procuram tratamento em outros países, em clinicas caras em outros estados, mas esquecem que o principal fator de sucesso em um tratamento é desenvolver humildade suficiente para compreender a doença, enfrentando-a.

Por isso, muitas vezes oriento até a busca por comunidades terapêuticas ou clínicas locais, que vão fazer com que a pessoa encare a realidade mais de perto”, compara o especialista.

Fonte: AW COMUNICAÇÃO

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