Qual limite para modificar o rosto?

Especialista em harmonização facial defende singularidade da beleza e, em alguns casos, trabalha em conjunto com psicólogos


De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil é o segundo país que mais faz procedimentos estéticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Realizado no final de 2019, o estudo revela um aumento de 5,4% nesses tipos de tratamento em 2018, comparado ao ano anterior.

Em alternativa à cirurgia plástica, os métodos não invasivos são os mais procurados, correspondendo a mais de dois milhões de procedimentos no Brasil. Em tempos de pandemia, a cirurgiã-dentista, especialista em harmonização facial e pós graduada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Cintia Vale, apontou um aumento de 40%  dos procedimentos em seu consultório. “Eu acredito que as pessoas ficam mais tempo em casa, e a incerteza do amanhã e a privação da vida social acaba diminuindo muito a autoestima, o que leva alguns a procurarem melhoras no visual”, explica.

Mas, qual o limite para realização desses procedimentos? “Cada beleza é singular. Se o paciente chega ao meu consultório com uma foto de um famoso, dizendo que quer ficar igual, acende meu alerta e busco procurar a dor que está o levando lá. Muitas vezes, chego a recomendar para um profissional especializado, como um psicólogo”, explica.

A harmonização facial, como o nome já diz, serve para dar harmonia à face, melhorar imperfeições, rejuvenescer, dar mais tônus à pele e aspecto saudável para a aparência. “Os procedimentos devem ser feitos aos poucos, para não descaracterizar o indivíduo. Devemos buscar o equilíbrio estético, proporcionando simetria e proporções harmônicas à face. A mudança, para ter sucesso, deve ser muito sutil. Quando ela é muito brusca, acontece o que chamamos de conflito de personalidade e isso pode causar ainda mais problemas do que ser uma solução”, frisa Vale.

Atualmente, a busca pela beleza é feita tanto por mulheres, quanto por homens, que estão cada vez mais vaidosos e, com a competitividade do mercado de trabalho e o aumento na expectativa de vida, acabam desejando uma aparência mais jovem. “A harmonização não deve ser procurada para elevar a autoestima. Autoestima é algo que vem de dentro, os tratamentos estéticos são apenas complemento da nossa beleza natural.”

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