Concierge, tecnologia e espaço de delivery estão
entre as soluções
A diminuição da circulação de
dinheiro em espécie tem atraído os olhos dos criminosos para joias e bens de
valor, como bicicletas de alto padrão. Para não se tornar um alvo, condomínios
de luxo colocam cada vez mais a segurança em evidência. Desde o treinamento dos
colaboradores e orientações aos próprios moradores, até soluções tecnológicas e
construção de espaços para delivery, além do serviço de concierge aliado à
segurança.
Quem explica as tendências que estão
sendo utilizadas tanto por condomínios já habitados quanto pelos em construção
é Átila Cordova, CEO da MAGAV, que há 10 anos faz
consultoria de segurança patrimonial e organizacional utilizando técnicas
israelenses, com forte atuação em Curitiba, Porto Alegre e agora em São Paulo. A
empresa sentiu um aumento de 70% em 2022 na procura por consultoria de
segurança, principalmente por incorporadoras de luxo.
Compras online e
Delivery - Desde a pandemia, as portarias tornaram-se um
centro de recepção de e-commerce e delivery de restaurantes. E para não abrir
mão da segurança, foi preciso se adaptar. Conforto e segurança geralmente
entram em conflito, por isso é importante uma análise minuciosa da rotina de
cada condomínio para entender como nivelar essa balança. “Sem dúvida, as
portarias ficaram abarrotadas de entregas e isso veio para ficar. Novos
empreendimentos já estão trabalhando na concepção do espaço de delivery e
entregas, alguns até mesmo com geladeiras, mesas aquecidas ou monta-cargas,
aqueles elevadores de comida, além disso os armários inteligentes que
homologados com a maioria dos serviços de entregas facilitam o controle, avisam
o morador na hora e geram um registro quando ele retira. Por outro lado, tem condomínios
que optam pela contratação de um concierge que leva as entregas até a unidade,
alinhando conforto, com uma espécie de hotelaria e segurança”, conta Cordova.
Outra dica é ter certeza da solicitação do serviço ou
da entrega e utilizar os meios existentes no condomínio para recebimento
seguro. Em caso de prestador de serviço, solicitar com antecedência dados como
nome completo e documento e fazer a checagem do documento com foto na portaria.
Em caso de suspeitas, a orientação é acionar a Polícia Militar pelo 190.
Tecnologia - Atualização tecnológica é sempre um ponto de questionamento em
condomínios. “Investir em sistemas eficazes significa usar a tecnologia
alinhada ao procedimento e realidade do condomínio. De nada adianta investir em
softwares de última geração se o funcionário que for operar não receber a
capacitação adequada”, orienta. Tecnologia de vídeo monitoramento inteligente,
utilizando imagens com detecção analítica que auxiliam no monitoramento, estão
em alta, assim como controle de acesso com reconhecimento facial.
Festas e eventos – Comemorações devem receber uma atenção diferenciada, por fugir da
rotina do condomínio. “Infelizmente, é comum criminosos se utilizarem de
momentos de maior movimento para acessar ou tentar enganar a portaria, por isso,
um controle maior se faz necessário. Indicamos, no mínimo, a obrigatoriedade de
lista completa de convidados, com nome e sobrenome - existem aplicativos de
gestão condominial que já ajudam nesse processo. Dependendo da festa, um
planejamento específico é importante. Já fizemos eventos em residências e
condomínios para 100 até 500 pessoas, é um processo que exige atenção e depende
do público convidado, já que alguns podem chegar até de helicóptero ou com sua
equipe de segurança própria. Independente do tamanho é preciso seguir alguns
padrões como avaliar se o condomínio tem estrutura para receber a quantidade de
convidados, aumentar o efetivo durante a data, e pensar no período de montagem
e desmontagem”, explica.
Dados Pessoais – O Brasil foi líder mundial em vazamentos de dados em 2020 segundo a
pesquisa realizada pela Kaspersky (empresa internacional de cibersegurança e
privacidade digital). “É possível que as quadrilhas se utilizem disso e também
de fontes abertas como redes sociais e sites de pesquisa. É importante
monitorar seus dados online: faça você mesmo uma pesquisa do seu nome online,
do endereço de seu condomínio e veja o que encontra, é também importante o
cuidado das informações offline como, por exemplo, o lixo onde descartamos
etiquetas com nome e endereço. Há pessoas que jogam fora até extrato de conta
bancária sem destruir antes”, orienta Cordova.
E, para finalizar, é sempre importante respeitar as
normas de acesso. “De forma geral, as pessoas não gostam de serem identificadas
ao chegarem a sua própria casa. Mas a norma para um deve ser para todos. É
importante blindar fisicamente e moralmente os funcionários que atuam no
controle de acesso e segurança, ter regras bem definidas e sistemas que
auxiliem a manutenção de uma cultura e respeito às normas. Assim como as leis,
as regras em condomínio devem ser aprovadas em assembleias e seguidas por
todos. Condomínios são pequenas sociedades que precisam de direcionamento,
normas e possuem uma cultura própria”, comenta o especialista em segurança.
Por outro lado, o excesso de educação também pode ser
um problema: “É comum permitir o acesso de estranhos segurando a porta, para
não ser grosseiro e, assim, acabar não suspeitando de falsos visitantes”. Vale
lembrar que boletins de ocorrência são de extrema importância, pois a segurança
pública precisa de dados e estatísticas para direcionar suas forças, além de auxiliar
na investigação, prisão e recuperação dos bens.
A MAGAV gera planos
personalizados formados por sistemas integrados de implementações físicas,
procedimentos organizacionais, equipamentos eletrônicos e recursos humanos que
formam uma cultura de segurança baseada em prevenção e priorizando a segurança
de todos. O objetivo é sempre elevar o nível de proteção, com foco na
prevenção. É feito um diagnóstico de vulnerabilidades, planejamento
estratégico, projetos técnico e executivo, gestão e assessoria, palestras e
treinamentos. “A contratação de uma assessoria profissional para um condomínio
ajuda nessa prevenção e na criação de uma cultura de segurança, não do medo ou
paranoia, mas, sim, de prevenção e atenção”, conclui.
@magavconsultoria
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