Válvulas artificiais dão nova vida a pacientes com problemas graves do coração


Pouco mais de um ano após implantar prótese artificial que imita uma válvula aórtica, Antonio Amilton Sampaio, um dos primeiros pacientes a se submeter a esse procedimento no Paraná leva uma vida normal.


“Um homem quase biônico”. É assim com muito bom humor e carinho que Antonio Amilton Sampaio (65) lembra do apelido recebido da equipe cardiológica que trocou sua válvula aórtica doente por uma novinha em folha, no fim de fevereiro do ano passado, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. “Trouxeram para mim uma prótese diferente”, diz todo orgulhoso. “E hoje, levo uma vida normal, faço tudo o que quero.”

Seu Antonio sofria de estenoese aórtica, um problema que estreita a válvula do coração e dificulta a passagem do sangue. O procedimento que permitiu a ele não só continuar vivo, mas, levar uma vida normal foi um dos primeiros a ser realizado no Paraná. “Chamamos essa cirurgia de implante de válvula transcateter, explica a cirurgiã-cardíaca Andréa Dumsch de Aragón, médica responsável pela cirurgia. “Trocamos a válvula aórtica doente dele por uma nova. Fizemos isso implantando uma prótese artificial que permite que o sangue passe a circular normalmente.”

Pai de quatro filhos, o mais novo tem dois anos e nasceu numa época em que seu Antonio já sofria bastante com os sintomas da doença, como dor torácica e cansaço. "Hoje, posso brincar com ele normalmente. Voltei a trabalhar, faço de tudo, e a cama, logo que cheguei do hospital, serviu apenas para dormir mesmo”, ressalta. “Me sinto muito bem. É raro quando tenho um pouco de dor nas costas”. Sem exageros, ele diz comer tudo o que tem vontade. “Só cuido mais do doce, devido ao Diabetes.”

Seu Antonio faz parte de um grupo de risco formado por 25% dos pacientes que sofrem de estenose aórtica, composto em geral por pessoas idosas e que além desse tipo de problema cardíaco possuem outros multifuncionais. Ele já havia passado por duas cirurgias do coração e tinha problemas graves associados ao pulmão e ao rim, o que complicava ainda mais o seu quadro de saúde. As idas e vindas do hospital tornaram-se uma constante em sua vida, já que ele foi internado inúmeras vezes num prazo de dois anos, até aparecer a possibilidade de se submeter a esse novo procedimento.

Como funciona a cirurgia transapical

A válvula aórtica artificial é implantada no paciente por meio de um cateter (tubo fino e flexível), via femural ou pela ponta do coração. É um tipo de cirurgia bem menos agressiva que a convencional. “Não é preciso serrar o osso do peito, o que diminui um corte de aproximadamente 25 centímetros para um de seis, em média. Também não é necessário parar o coração”, explica a cirurgiã-cardíaca, Andréa Dumsch de Aragón. Segundo ela, outro benefício é que o procedimento leva em torno de uma hora, e o paciente sai da sala de cirurgia conversando, enquanto que o tempo médio da cirurgia convencional é de três horas e o paciente sai da sala desacordado.

Centro Nacional de Referência em Cirurgia Cardíaca

A equipe de médicos que realizou em seu Antonio a troca da válvula faz parte do Centro Nacional de Referência em Cirurgia Cardíaca do Paraná, que é pioneiro também em outros procedimentos valvares, tais como: substituição ou implante de válvulas pelo método Convencional, de Ross e por Homoenxerto. Também realiza plastia das válvulas cardíacas, além de cirurgias com pequenos cortes, chamadas de minimamente invasivas.

O Centro é formado por uma equipe multidisciplinar, como médicos cirurgiões, pesquisadores e estudiosos. Tal constituição permite a esses profissionais fazer uso de vídeo e das mais avançadas técnicas de mercado para o tratamento das doenças do coração.

Fonte: Jornalistas Associadas Sandra Santos e Simone Bello

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