Dedicação, criatividade e amor à profissão: professores inspiram gerações com histórias e práticas inovadoras
Neste 15 de outubro, quando é celebrado o Dia dos Professores, o Colégio Católica Curitiba destaca o trabalho de educadores que traduzem em suas trajetórias o verdadeiro sentido da vocação e do amor pelo ensino. Seja com o violão em mãos para aproximar os alunos da literatura, experimentos que despertam a curiosidade científica ou a coragem de continuar lecionando em meio a desafios pessoais, cada um deles deixa uma marca de inspiração e aprendizado que ultrapassa as fronteiras da sala de aula.
Há quase 40 anos, a professora de Matemática e Ciências Gislayne Oshiro encontrou na sala de aula sua vocação. Com apenas 14 anos, estreou como professora da Educação Infantil, quase sem querer, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, sua cidade natal. “Meus pais não queriam que eu trabalhasse, apenas estudasse, mas minha irmã já era professora. Um dia fui chamada para substituir uma colega e gostei, me apaixonei pela educação”, relembra. Gislayne até já pensou em mudar de área, mas confessa que não conseguiu: “O amor pela profissão é muito grande”.
Depois de três anos na Educação Infantil, passou a lecionar para os Anos Iniciais enquanto cursava o Magistério. Então fez faculdade de Matemática e especialização em didática. Hoje, aposta em experiências que unem aprendizado e diversão. Em suas aulas, os estudantes já aprenderam grandezas inversamente proporcionais com uma corrida de carrinhos, cultivaram hortaliças na horta escolar e até observaram microrganismos no laboratório a partir de culturas feitas em sala. “Quando eu estudava, sentia muita falta de entender alguns conceitos, era tudo muito abstrato. Por isso, faço questão de, sempre que possível, inserir atividades práticas em sala de aula. Quando o estudante experimenta e observa o resultado, o conhecimento faz sentido e eles nunca mais esquecem”, explica. Jogos matemáticos e até receitas na cozinha também fazem parte da rotina.
Já para Eduarda Pelizzari Camilo, professora de Ciências e Pensamento Computacional, o encantamento pela docência surgiu ainda no Ensino Médio, inspirada por uma professora de Biologia. Desde 2019, quando assumiu suas primeiras turmas, ela faz da experimentação uma constante em sua prática. “Acredito que, para tornar o ensino mais concreto, é essencial mostrar como as coisas funcionam na prática”, conta.
Entre os experimentos realizados estão o cálculo de velocidade média com bexigas e barbantes, a demonstração do calor específico da água, e até uma música autoral sobre organelas celulares. O entusiasmo toma conta dos alunos. “Eles adoram, se envolvem e até trazem ideias novas. É incrível ver o brilho nos olhos quando entendem um conceito por meio da prática”, conta.
Ensinar para superar
A professora Rosângela Sposito Brommelstroet é um exemplo de persistência e amor pela profissão. Com quase quatro décadas dedicadas à Educação Infantil, se orgulha de sua trajetória como educadora e de ter passado pelo grande desafio de continuar trabalhando mesmo na pandemia, em 2000, no formato até então inusitado do ensino online para o segmento e principalmente durante o tratamento de um câncer de mama, diagnosticado em 2023. “O trabalho junto às crianças é um coadjuvante em busca da remissão”, relembra. Para continuar em sala de aula sem despertar a curiosidade dos alunos, providenciou rapidamente uma lace, tipo de peruca. A interrupção do trabalho ocorreu apenas no auge do tratamento e muito a contragosto. Quando foi necessário se dedicar integralmente em sua recuperação.
Hoje, segue encantada com o desafio de acompanhar o aprendizado de uma turma pequena, todos com menos de cinco anos, em fase de pré-alfabetização. “É muito gratificante perceber como o trabalho do professor contribui para formar valores, autonomia e curiosidade nos alunos”.
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